AS FANTASIAS ELETIVAS -  CARLOS HENRIQUE SCHROEDER

SOBRE A OBRA
Um livro sobre a mediocridade da vida ou a grandiosidade dos momentos. Um livro contemporâneo, que exala tristeza, mas que tem tudo a ver com todas as pequenas coisas que nos impedem a felicidade todos os dias.

Resumo
René ou Mister álcool é um recepcionista de hotel de Balneário Camboriú, recebe uma proposta do patrão para trabalhar no turno da madrugada, pede para pensar, mas não tem escolha, apesar de subentendido, ou aceita ou está na rua e ele não quer recomeçar, poi ali ou é recepcionista num hotel, ou "vendedor de alguma loja, garçom ou arrumar uma teta na prefeitura", segundo o narrador.

Ali no subemprego René vivencia o dia-a -dia num uniforme de poliéster, em meio a um drama pessoal, tenta reconstruir sua vida, afastado da mulher e do filho Léo, por quase tê-los matado, mata as saudades do herdeiro cheirando um sabonete da Turma da Monica. Os pais cuidam da esposa perdida e também não querem falar com ele, então vivendo apenas do trabalho ele parece um fantasma na praia.

 Faz uma amizade com Copi, um travesti argentino, bem nascida, formada em jornalismo e que larga tudo, ou nada como ela mesma diz, para assumir quem é.Ela é obcecada por fotografias,  uma alternativa para sua vida destruída. Renê lerá o que Copi escreve e será o único que terá acesso a suas fotos de surpreendente beleza. É quando um livro se abre dentro do livro, e tudo se torna um grande ensaio da alma humana.


As fantasias eletivas une prosa, poesia e fotografia para refletir sobre a solidão e a criação literária, e mostra como a literatura, a de verdade, é sobretudo feita de sangue.

Resumo:Começa com Renê, também conhecido como “Mister Álcool” (ou Ratón para os fãs de Copi), desgraçado, que trabalha à noite na recepção de um hotel, em Balneário de Camboriú. De alguma forma, ele desperdiçou tudo que a vida lhe deu. Seu casamento foi desfeito, perdeu a mulher, perdeu a chance de ver o filho, perdeu os pais que não querem mais falar com ele. Noutras palavras, é uma espécie de fantasma que se move pela praia catarinense, apenas trabalhando e trabalhando, ilusoriamente vivendo. Ainda que sua presença corpórea se torne notável no começo do livro, com a facada que recebe no meio da rua, sem saber quê nem por quê.
Mas então está Renê, dia desses, piloto de sua recepção, quando recebe a visita de Copi, baixinha, bonita, de voz forte. Um traveco. Ela deixa um cartão de contato, pedindo que Renê a indique para os clientes do hotel, se precisarem, a profissão mais velha do mundo.
E Rene chama? Não chama.
Copi passa todos os dias pela frente do hotel. Um dia, resolve entrar, pergunta por que ele chama as outras, e não a chama. E Renê a ameaça. Sapatos de salto voam. Renê agora é macho, expulsa-a. Porém no outro dia, lá está Copi, trazendo um vinho, pedindo desculpas. E vinhos depois, dias passados, até se tornam amigos. Não por favores sexuais, talvez sim pela solidão duplicada, ali daqueles dois, no deserto que é uma praia em datas (in)festivas. Diga Copi, quero que escreva esta resenha (ou seja lá o que for) junto comigo:
“Os adolescentes ainda se beijam ardorosamente, ficam pendurados um no pescoço do outro ou mesmo partem para um amasso de proporções godzillescas. Mas e os adultos? Os bancos das praças e praias, principalmente dessa merda de praia suja aqui do centro, se transformaram num lugar de descanso e observação, onde se espera acabar o sorvete para continuar a caminhada, ou onde dá para espiar os carros passando, ou onde se mata tempo. Cadê os beijos nos bancos? Aqueles que nos deixam sem jeito, que dão inveja?” (pg. 60).
Mas por quê, Copi? O que está acontecendo?
“A paixão, essa vermelha e ardilosa lei da natureza, que fez com que eu e você estivéssemos aqui hoje, que fez com que nossos pais sentissem algo carnal, químico ou metafísico um pelo outro, está expulsa da vida pública. Nos permitimos exibir nossos carros, a porra desses tijolões, os celulares, mas temos vergonha de fazer um carinho, dar um beijo prolongado na nossa companhia em plena rua” (pg. 61).
Obrigado, Copi. É verdade. Tenho que pensar nessas coisas.
As Fantasias Eletivas também possui uma espécie de ensaio fotográfico. Em dado momento, Copi conta a Renê que possui uma Polaroid, que com ela vai tirando fotos, depois escreve textos a partir dessas fotografias.
Mais do que isso, Copi discursa sobre a fotografia, fala de suas relações com a literatura. O sentimento que o leitor absorve é de que ambas são artes da solidão, em que o olhar do que está disforme se reproduz, mesmo que não faça nenhum sentido para outras pessoas que verem.


Fontes de pesquisa: http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=28326
http://homoliteratus.com/fotografia-fantasias-eletivas-de-carlos-henrique-schroeder/

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